CORAÇÃO BANDIDO

Seu coração bandido,
Foi minha doce ilusão,
Que me deixou rendido,
Nessas noites de verão.

No frio da madrugada,
Sinto o amargo na boca,
A espera da alvorada,
Dessa paixão tão louca.

Fito meus olhos no tempo,
Em silencio a navegar,
Como meu passatempo,
Dos nossos momentos lembrar.

Seu sorriso sereno,
Sua pele branquejada,
É o teu maior veneno,
É a dor da morte a espada.

A saudade é um vício,
É a lagrima chateada,
Do animal em pleno cio,
Dessa lida enjaulada.

Teu meigo olhar castanho,
Seu perfume de alecrim,
Quero viver esse sonho
De ter você para mim.

Nesse amor um temporal,
Me devastou a solidão,
Foi o granizo vendaval
Que arrasou meu coração.

Tenho dores e febres mil,
Que o peito faz dilatar,
Morrerei antes desse abril
Sem teu peito pra me amar.

Na ânsia da morte lenta,
Em tua mão vou segurar,
No adeus a toda tormenta,
Irei teu nome balbuciar.

Com dores vou sucumbir,
Não vou mais em vão lutar,
De feridas então partir,
E o coração silenciar.

Quero hinos de louvor,
Para a Deus glorificar,
E nas faces o rubor,
Quando meu nome citar.

Uma flor na pálida mão,
Um beijo na fria testa,
Muitas flores pelo chão,
E na noite muita festa.

Sei que vai me esquecer,
Me causando amargura,
Pela vida se meter,
Com outra criatura.

Em sua vida cigana,
Fui homem rendido,
Na doçura que engana,
Do coração bandido.

"Esta poesia participou do Concurso Nacional de Literatura Prêmio Cidade de Belo Horizonte - 2012 promovido pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte".

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