SILÊNCIO
Se chover,
Não fará diferença
Caminhar ou correr,
Porque as lagrimas,
São o som das lembranças
Constipadas em precipitações
A rolar pela face.
O silêncio perturbador
É para que o bebê não acorde;
O abajour com meia luz a noite,
Não é acalento para a solidão.
São as luzes
Ainda que foscas
A trazerem um pouco de fogo
Madrugada afora,
Enquanto que o relógio na parede
Trabalha mecanicamente
Para si e em minha mente.
As lembranças claras
Dos beijos na solidão
Alegram a alma por hora,
Mas e o espírito?
Bem certo é que o vazio
Segue tão profundo quanto o oceano
E toda essa imensidão
Perpassada pelos sonhos,
São as frustrações
Dos amores que enganam,
Nessa vida a dois que esmorece,
A cada instante
Em que se nina a filha,
Que coberta de amores,
Não pediu para vir ao mundo.
Comentários
Postar um comentário