SONETO X
Ninguém fala em câncer de amor,
Que em silêncio, também mata.
É doença hereditária e incolor,
Que faz sucumbir de forma lenta.
É a dor que corrói o coração.
Metástase que pelos sentidos
Consome em delírios a razão
Deixando seus eleitos vencidos.
Sem cura, é a agonia interior,
Onde o beijo é apenas morfina
E o abraço, é na febre cobertor.
É a ânsia pelo desligar-se da alma,
De um corpo prostrado e sofrido,
Que espera no amor, sua calma.
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