DIRETAS E INDIRETAS DE AMANTES

Aparentemente serenos,

Somos desses que amam

Sem se dissolverem

Com palavras doces,

Mas que se entregam

Ao som das bem diretas.


Nessa troca de olhares,

Uma indireta selvagem

Liga um alarme em nós

E nas fagulhas que nos inflamam,

Somos incendiados por chamas

Que se queimam ao luar.

Em nossos beijos ardentes 

Somos almas incandescentes,

Dois corpos que se consomem;

Eternos abraços entrelaçados,

Confinados em um buraco negro

Que brinca com o infinito do tempo,

Antes de devolvermos aos dedos

Nossas lúgubres alianças

E irmos para nossas casas dormir. 

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